28 Aug
28Aug

Tenho buscado palavras para lidar com o seu silêncio. Palavras que organizo, tentando não sucumbir às lágrimas que teimam em cair. No meu peito, as dores mudam de cor, de intensidade e de nome. Tudo se move, se transforma, mas você ainda continua aqui... Como parte da paisagem que eu mesma inventei.

Oscilo entre a esperança de que tudo não passou de um equívoco e que logo as coisas vão encontrar o ritmo certo e, a ideia de que sou eu, teimosamente, andando em círculos em algo que já acabou.

Ontem, conversando com meu irmão sobre as músicas do Rubel, surgiu uma ligação inusitada com o Radiohead e foi impossível não lembrar de você. E justo no vídeo da música, apareceu em seguida aquela música que você me enviou numa noite qualquer. Uma música que, na época, eu te disse que era triste.

Ela falava de alguém que se sentia incapaz de manter um relacionamento porque se via como insuficiente. Um retrato das palavras que eu acho que você se repete… Palavras que, querido, de tanto repetir, um dia perdem o sentido. E eu queria muito te ver descobrir isso. Eu queria poder te ajudar a enxergar.

Mas o seu silêncio me cala. Sou incapaz de atravessar aquilo que você decidiu na sua última mensagem. Tenho respeitado, a duras penas, o seu limite. Você disse que não queria contato… Então fico aqui, desse lado, tentando fingir que está tudo bem, que minhas palavras não sufocam minha vida, narrando cenas que talvez nunca se concretizem.

Fico te falando coisas em pensamento, torcendo pra que você sinta onde estiver. E que volte, quando sentir que deve, não perfeito, não inteiro... Mas quem sabe, um pouco mais disponível e disposto a estar comigo. Porque eu... Eu ainda te quero.

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