01 May
01May

Muitas vezes, nos envolvemos em relações que nos parecem reais, onde há troca de palavras, momentos de intimidade, e até um compartilhamento de afetos. Porém, quando olhamos mais de perto, podemos perceber que essas relações, embora cheias de gestos e aparências, carecem de uma verdadeira conexão. Elas se sustentam por um vínculo fantasma, onde um dos envolvidos busca preencher suas carências, aproveitando-se da vulnerabilidade do outro. A sensação de intimidade é real, mas o significado é distorcido. O que parecia ser uma troca mútua de afeto, se revela, na prática, uma relação desigual, onde um dá, mas o outro apenas recebe.
Essa é a realidade de muitos vínculos fantasma, onde o afeto é manipulado, distorcido por um lado que apenas usa o outro para suprir suas necessidades emocionais, enquanto o outro se entrega, acreditando que a conexão é genuína. O que se cria, então, não é uma relação de cumplicidade e reciprocidade, mas uma ilusão de intimidade, que acaba levando à frustração e à dor.
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Foram construindo algo bonito, sem saber. 
A mensagem tarde da noite, 
a confissão sincera de um mal-estar da noite passada, 
a estrada chuvosa que deu medo. 
A música triste, compartilhada. 
Ela foi se apaixonando, 
não sem querer, 
não "do nada". 
Ele falava do dia a dia, 
do passado, 
do que queria para o futuro. 
Foram ao cinema juntos, 
sabia como tocá-la, 
com suavidade. 
Não foi por acaso que ela se apaixonou, 
não foi em vão. 
Ele costurou os detalhes à mão, 
e ela caiu, 
simplesmente caiu 
na armadilha 
de um amor 
que nunca existiu.

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