12 Aug
12Aug

Às vezes, um sentimento vive dentro de nós muito antes de ganhar nome. Ele se instala de forma silenciosa, moldando percepções, costurando lembranças, guiando escolhas mas ainda é um território novo. Até que, em algum momento, encontramos uma palavra. E essa palavra se encaixa perfeitamente, dando sentido a tudo o que já havia.
Na psicologia, sabemos que nomear é uma maneira de organizar a experiência. Dar nome a uma emoção não apenas facilita o reconhecimento, como também traz a sensação de pertencimento: “então, é isso que eu sinto”. É quando o que antes era difuso se torna claro, quando o interno finalmente se revela.
Foi assim que aconteceu comigo ao descobrir koi no yokan. Uma expressão japonesa para algo que eu já carregava dentro: a certeza de que um encontro vai mudar tudo, antes mesmo de acontecer. Mais do que esperança, mais do que expectativa, era um pressentimento inevitável. Descobrir que havia um nome para isso foi como confirmar que não se tratava de uma invenção da minha cabeça, mas de uma experiência humana, universal e compartilhada. Porque, no fim, as palavras não criam sentimentos elas apenas iluminam o que sempre esteve lá.
....
foi assim que aprendi
o que já sabia.
foi assim que senti
o que já sentia.
novas palavras
deram sentido
ao que já havia.
em japonês,
koi no yokan:
a certeza de que vai acontecer
antes de acontecer.
mais do que esperança,
mais do que espera
é um sentir que vem antes de saber,
um saber que vem antes de sentir.
koi no yokan
foi isso que eu vivi.

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