13 Jul
13Jul

A vida, às vezes, nos lembra da sua fragilidade com uma força que não dá para ignorar.
Diante da dor, do cansaço ou da incerteza, tudo em nós se mobiliza: o amor, o medo, a vontade de fazer algo, mesmo quando não há muito o que fazer além de estar.
Nesses momentos, não há outra forma de vivenciar a experiência. É preciso atravessar o que dói para, um dia, chegar a algo novo.
E é nesse espaço entre a dor e a esperança que moram o cuidado, a presença e a certeza de que, mesmo na escuridão, ainda há luz. Mesmo em silêncio, o amor permanece.
Esse texto nasceu de um momento em que meus afetos foram mobilizados pela fragilidade de quem eu amo. Lugar de onde nasceu uma resignação ativa. Onde a fé e a esperança de que o tempo cumpra seu papel trazendo um desfecho bonito e feliz. 

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Te ver assim, mais frágil do que a vida te deixou ser até aqui, despertou em mim uma profunda sensação de impotência.
Não por falta de amor, mas por saber que há dores que ninguém pode atravessar no lugar do outro.
O tempo parece pedir calma.
O desejo, pressa.
E eu fico aqui, entre o agora e o depois, desejando poder acelerar os dias até aquele em que você se sinta inteira de novo.
Ver suas lágrimas me fez chorar também.
Chorei pelas experiências que te foram negadas.
Pelo que eu não pude fazer.
Pelo que a vida impõe sem pedir licença.
Mas mesmo diante daquilo que não posso mudar, eu escolho permanecer.
Escolho não vacilar na minha escuta, na paciência, na esperança.
Porque eu sei: isso que te acontece também vai passar. E quando passar, eu estarei aqui.
Não para te cobrar o retorno de quem você era mas para acolher quem você se tornou. Com mais marcas, talvez. Mas também mais real, com mais coragem, mais inteireza.
Mesmo agora, mesmo assim, você continua sendo luz.
Uma luz que às vezes se esconde atrás das nuvens do cansaço.
Mas que nunca deixa de existir.

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