01 Oct
01Oct

Cena 2
Ele e um amigo estão sentados num banco. Ele, com o celular na mão, encara a última mensagem como quem tenta decifrar um enigma. O amigo, ao lado, mastiga alguma coisa e observa.

Amigo:
— Cara, cê tá há cinco minutos olhando pra essa tela. É nude?Ele:
— Não... é pior. É bagunça! Lembra dela? 
(Mostra a foto do perfil dela).
Amigo (ri):
— Ah não. É ela, né?
Ele:
— Mano... olha isso. (Mostra o celular). Ela mandou que, se eu quiser devolver o livro, é pra encontrar ela amanhã no parque. Ela leva sanduíche e café, eu levo fruta e suco. Aí a gente deita na grama, lê junto. Detalhe: se eu tiver vontade de beijar, vira date. Se não, é só amizade.
Amigo:
— Que mina doida.
Ele:
— Totalmente! Mas, tipo... doida de um jeito que me faz sorrir no meio da rua, sabe?
Amigo:
— E você quer beijar?
Ele:
— É óbvio que quero. Só que ela é intensa, mano. E eu... eu sou meio avariado.
Amigo:
— Tu é frouxo mesmo. Corre da mina, mas guarda o livro dela por meses. Cê nem leu, né?
Ele (rindo):
— Claro que não. Mas o livro é dela, sei lá... não consegui negar...

(Silêncio rápido. O amigo dá um gole na garrafa e olha pra ele, sério agora.)

Amigo:
— Tu tá ferrado, mano. Acha que não quer, mas já tá nela até a última página.
Ele (baixo):
— Acho que eu gosto dessa mulher, cara. E nem sei o que fazer com isso.
Amigo:
— Então leva fruta e suco e descobre se é um date, uai. Se não for, pelo menos cês leem uns trechos bonitos juntos.
Ele:
— E se for?
Amigo:
— Aí você beija ela e não deixa ela escapar.

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