27 Apr
27Apr

No universo das palavras, encontro um espaço onde a alma se expressa sem medo, onde a liberdade de ser e sentir é a única regra. Este poema é um convite a mergulharmos nas palavras que, muitas vezes, nos escapam e, em sua essência, trazem consolo e revelação. Ao deixá-las soltas, dou voz àquilo que, por vezes, não consigo expressar de outra forma. Elas vêm de dentro, carregadas de sentimentos, memórias e a busca, intensa e sincera, por compreensão.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), uma das estratégias mais eficazes é a reorganização do pensamento e das emoções por meio da escrita. A prática de externalizar nossos sentimentos, de colocar no papel aquilo que nos atormenta ou nos alegra, pode servir como uma ferramenta poderosa de enfrentamento. Escrever sobre o que sentimos nos permite observar de forma mais clara nossos padrões de pensamento e como eles influenciam nossas ações. A escrita terapêutica, nesse sentido, é uma maneira de organizar a mente, criar clareza e até desafiar crenças limitantes.
A TCC nos ensina que nossos pensamentos não são apenas reflexos de nossa realidade, mas moldam nossas emoções e comportamentos. Ao colocar nossas palavras no papel, não só damos espaço para nossas emoções, mas também começamos a ter uma visão mais objetiva e realista da situação. Esse processo pode ser transformador, pois permite que enfrentemos nossos desafios com mais autoconhecimento e controle sobre nossas reações.
Se você também sente o movimento de palavras dentro de si, talvez este poema encontre um pedaço de seu coração, oferecendo não apenas um alívio emocional, mas também uma forma de organizar as coisas de dentro para fora.
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eu deixo as palavras soltas
para virem à tona
algumas falam de saudades
algumas são como lágrimas
de tristeza no papel
algumas palavras são sorrisos
das lembranças
do que foi vivido com alegria
e presença
muitas palavras me escapam
soltas e livres
buscando dar sentido
ao que eu nem sei dizer
saem tortas, sem rumo
às vezes, as palavras
vêm como consolo,
um colo carinhoso
para a vida que eu,
às vezes, aceito
por não saber o que fazer.
as palavras, soltas,
me encontram,
me completam,
me ensinam
a mim mesma
sobre coisas de dentro
de mim,
do fundo
de um mundo
que só com palavras
eu conheço.


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