Lacan dizia que o eu se constitui no outro e que tudo o que nos inquieta, fascina ou prende no olhar do outro, diz mais sobre nós do que sobre ele. Foi no silêncio da madrugada que me vieram essas palavras e eu só entendi ao reler pela manhã. O que eu via no outro, era eu. As palavras que voltavam como eco não pertenciam a ele, mas de mim mesma, sobre o meu olhar sobre ele. Porque o que me tocava nele… era o que em mim ainda não tinha sido completamente escutado.
...
olhei para o outro e me vi
chorando
sorrindo
vivendo
mas algo me prendia ali:
ecos das palavras que eu dizia.